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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Intocáveis

Para os amantes da sétima arte, não há nada mais prazeroso que entrar em uma sala de cinema sem grandes expectativas e após duas horas sair dela completamente maravilhado. Essa foi minha reação há poucas semanas quando finalmente assisti Intocáveis.

Na verdade, digo finalmente, porque eu não fui assistir sem nenhuma expectativa. Eu já havia ouvido a edição do Rapaduracast Plus 54 onde comentam o lançamento do filme no circuito nacional e recebido a recomendação de dois colegas. De qualquer maneira, fui surpreendido pois estava esperando um drama e na verdade o filme é uma excelente comédia, ainda que baseado em uma situação dramática, ela é abordada sem sentimentalismo.

O filme baseia-se em fatos reais vividos pelo bilionário aristocrata francês Philippe Pozzo di Borgo e seu cuidador Abdel Yasmin Sellou. No filme, Philippe é retratado pelo excelente ator François Cluzet e Abdel fica a cargo do carismático ator Omar Sy.  Após sofrer um grave acidente, o aristocrata fica paraplégico e resolve contratar um novo cuidador, e para isso, passa a recrutar candidatos ao cargo. Driss (Omar Sy) um ex-presidiário em liberdade condicional candidata-se a vaga sem nenhuma pretensão de obtê-la, pois seu único objetivo é realizar a entrevista, para somar as 3 entrevistas sem sucesso e continuar a receber o seguro desemprego francês.

Durante a entrevista, Driss comporta-se de forma totalmente despretensiosa e sem nenhuma preocupação com as boas maneiras necessárias para a ocasião, o que acaba chamando a atenção de Philippe, que resolve convencê-lo a aceitar o cargo. Começa então uma relação de companheirismo e amizade desprovida de piedade, tanto por parte de Driss, que tem sua cota de problemas familiares, quanto de Philippe.

A química entre esses dois atores é fantástica e fazem certamente o sucesso desse ótimo roteiro. O filme é dirigido pela dupla de diretores e roteiristas Olivier Nakache e Eric Toledano, e tournou-se a maior bilheteria francesa de todos os tempos, superando os antecessores O Artista e O Fabuloso destino de Amélie Poulain.

Hollywood que tanto apreciamos que me desculpe, mas não há nada como um belo roteiro francês, ainda que seja um filme comercial. Como faz o pessoal do podcast MRG (Matando Robôs Gigantes), minha nota de 0 a 5 robôs gigantes para Intocáveis é um raro e valoroso 5 robôs gigantes.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Rolling Stones - 50 Anos!


Comemorar 50 anos de alguém ou de alguma coisa deve ser por si só uma verdadeira celebração. O que pensar de 50 anos de uma banda de Rock? Se lembrarmos que o próprio Rock n´ Roll tem pouco mais de 60 anos, como uma única banda consegue ser tão duradoura?

Desde o último mês de Julho o mundo celebra os 50 anos dos Rolling Stones, a qual para muitos (inclusive por este que vos escreve) é a maior banda de Rock de todos os tempos. Fundada em 12 de Julho de 1962 na cidade de Londres, sua primeira formação era composta por Brian Jones, Keith Richards, Mick Jagger, Bill Wyman e Charlie Watts, e a banda alicerçava-se no bom e velho Blues.

Fãs incondicionais dos grandes Bluesmen Americanos como Muddy Waters, John Lee Hooker, Buddy Guy etc, e também pelo qual é considerado o verdadeiro pai do Rock, Chuck Berry, a banda se baseava no repertório desses artistas. O próprio nome da banda foi sugerido a partir de uma música do Muddy Waters intitulada Rollin Stones, sendo a primeira apresentação da banda com esse nome foi realizada no mítico Marquee Club de Londres, em 1962.

A primeira alteração na composição da banda veio em 1969 com a morte de Brian Jones, o Stone mais famoso nessa época, com então 27 anos (sim, ele é o segundo membro do clube dos 27 e do “J” famosos que morreram nessa idade, que começou com Robert Johnson, Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison), apesar dele ter abandonado a banda poucos dias antes de sua morte. Para compor o lugar do Jones, entra na banda Mick Taylor. Dias após a morte de Jones havia um show já programado há muito tempo que fora realizado no Hide Park, em Londres, para um público de mais de 300 mil pessoas, onde foi colocado uma grande foto de Jones, e teve a apresentação interrompida por Jagger para ler uma passagem do poema Adonais de Percy Bysshe Shelley, enquanto 3000 borboletas brancas eram soltas do palco para a plateia emocionada.
 
Ainda em 1969, no dia 6 de dezembro foi realizado um grande show que marcaria definitivamente a vida da banda. Esse show foi ao ar livre na cidade de Altamont, na Califórnia, com um público pelo menos duas vezes maior que do Hide Park e apresentou problemas antes mesmo de começar. A segurança do show foi realizada pelo famosa gangue de motoqueiros Hell´s Angels, de São Franciso. Qualquer pessoa que tentasse subir ao palco era agredida e escorraçada de volta para a plateia. Durante o show do Jefferson Airplane, que abria o show dos Stones, a quantidade de fãs encaminhadas para a enfermaria do local era maior do que os médicos de plantão tinham capacidade de atender. Durante o show dos Stones, um fã que já havia sido agredido pelos selvagens Hell´s Angels, tenta novamente invadir o palco e é esfaqueado por um dos seguranças e acaba morrendo no mesmo dia. O fato é controverso, pois há uma versão de que o jovem esfaqueado estava armado e chegou a levantar o revolver em direção a Jagger, por isso o segurança se jogou em direção a ele e o esfaqueou.

Em 1971 a banda estreia seu próprio selo, o Rolling Stones Records, propiciado pelo fato da banda ter passado para a Atlantic Records. Nesse ano a banda lança o épico disco Stick Fingers, com a capa idealizada por Andy Warhol e lança também o mais famoso logo do Rock, a Boca com a língua para fora, que é equivocadamente atribuído a Andy Warhol, mas que na verdade foi criado por John Pasche.
Em 1974 os Stones gravam o clássico It´s only Rock n´Roll no estúdio de Ronnie Wood, então guitarrista do The Faces (liderada por Rod Stweart) e qual acaba assumindo a segunda guitarra da banda, após saída repentina de Mick Taylor que opta por seguir carreira solo.




Após vários sucessos na década de 70, os Rolling Stones saem da Atlantic Records e vão para a EMI em 1981 e lançam o disco Tattoo You, tido por muitos com o melhor álbum dos Stones e o maior sucesso comercial.

Em 1985, Ian Stewart, pianista da banda e considerado o 6º Stone morre em virtude de um ataque cardíaco e é homenageado no ano seguinte com o álbum Dirt Work.
 
Após alguns anos separados em virtude de desentendimentos entre Jagger e Richards, os integrantes aproveitam para lançar álbuns em carreiras solo. Em 1989 os integrantes da banda colocam os problemas de lado, gravam o álbum Steel Wheels e inauguram a onda dos mega palcos e tornam-se a maior banda de todos os tempos. A partir de 1990 e do lançamento de Flashpoint, a banda torna-se expert nos negócios, transformando-se em uma banda multimilionária, alcançando espaços na mídia até então nunca vistos, consolidando a marca “The Rolling Stones”.

Em 1993 outro membro fundador deixa a banda; o baixista Bill Wyman. Para seu lugar é contratado o baixista Darryl Jones, não sendo considerado membro oficial. Ainda esse ano é lançado o álbum Voodoo Lounge e finalmente a turnê da banda vem para o Brasil (eu estava lá no Pacaembu e quase tive um ataque cardíaco de emoção, rs..), já que na década de 70 os shows programados para serem realizados no Brasil e outros países da América do Sul fora boicotado pelos então governos militares.

Em 2002 a banda completa 40 anos e lança o disco Forty Licks, e saem em turnê ao redor do mundo, intitulada como Licks Tour. Três anos mais tarde é lançado o álbum e a turnê A Bigger Bang, que passa pelo Brasil através de um mega show gratuito na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para mais de 1,5 milhões de pessoas, entrando para a história como o maior show da banda e o maior concerto de rock de todos os tempos.
No ano de 2008, estreou nos cinemas mundiais o filme The Rolling Stones Shine a Light, concebido e dirigido por pelo grande diretor Martin Scorsese (um declarado fã da banda), com 16 câmeras focadas diretamente nos músicos. O filme mostra ainda imagens de arquivo desde o início da banda nos anos 60, confrontando com declarações atuais dos integrantes.
 
Finalmente em 2012 a banda completa seus 50 anos de trabalho e são considerada uma das mais antigas em atividade. No mesmo ano, começam a ensaiar para saírem em uma nova turnê no fim do ano, ou início de 2013, aquela que pode ser a turnê de despedida da banda, e lançam um novo logo comemorativo, desenhado pelo artista Shepard Fairey.




E para continuar a comemoração, as próximas versões na sessão “Música” será dedicada aos Rolling Stones.