Estava pensando qual tema abriria
os posts de 2012 e não chegava a nenhuma conclusão. Queria um assunto diferente
de filmes/livros/séries, algo mais abrangente e ao mesmo tempo em que fosse quase
uma unanimidade (eu sei que é impossível). Como vocês podem ver, estava bem
fácil, rs.., mas ês que tive um insight sobre 2 filmes dos anos 80 e pensei:
“Anos 80 seria excelente” (pelo menos o tema, não o meu texto, rs..).
A onda de nostalgia começou anos
atrás e ainda mantém-se forte até hoje. Festas de anos 80 foram organizadas em
vários lugares e justiça seja feita, pelo menos para o Rock Nacional, esses
foram anos de glória.
Tudo que há de melhor no Rock
Nacional surgiu nessa década: Biquini Cavadão, Ultraje a Rigor, Paralamas do
Sucesso, Blitz, Lobão, Kid Abelha, Barão Vermelho, Titãs, Ira!, Capital Inicial e a maior e
melhor de todas, Legião Urbana. Havia espaço para tudo, humor irreverente, mas
com conteúdo, vide as letras de Roger Moreira e seu Ultraje a Rigor, críticas
sócio-econômica e políticas (Titãs, Paralamas, Capital e Legião entre outros).
Mas outros ramos da cultura
também tiveram seus anos célebres. No cinema (tento fugir dessa temática, mas
não tem jeito, rs..) houve algumas franquias clássicas como Loucademia de
Polícia, Um Tira da Pesada, Duro de Matar, Férias Frustradas, Rambo, Rocky,
Indiana Jones, Apertem os Cintos... o Piloto Sumiu, De Volta para o Futuro para
citar algumas e outros clássicos com Goonies, Gremlins, Conta Comigo, ET,
Curtindo a Vida Adoidado, De Volta às Aulas, Batman entre tantos outros.
Na TV também tivemos seriados americanos
clássicos como A Super Máquina, Esquadrão Classe A, Chips, Duro na Queda,
Missão Impossível, Magnum, A Gata e o Rato, Miami Vice, Trovão Azul, Profissão
Perigo (MacGyver). Por aqui não tivemos tantas produções legais, mas vale citar
a Armação Ilimitada, os programas Os Trapalhões, TV Pirata e o Viva o Gordo, o
qual eu esperava a semana toda passar pra poder assistir. Entretanto acho que o
campeão em audiência desde o início da década e o qual ainda tem uma enorme
audiência é o Chaves. Gerações se passaram e o sucesso continua firme e forte
em terras tupiniquins.
E os desenhos? Foram muitos como Scooby-Doo,
A Caverna do Dragão, Thunder Cats, A Corrida Maluca, Pica Pau, Os Jetsons, Hong-Kong
Fu, Tutubarão, Falcão Azul e Bionicão, Super-Amigos, Os Impossíveis, Johnny
Quest, os Herculóides, A Corrida Espacial e muitos outros, a lista é enorme.
O mundo era diferente e muito
mais simples, jogávamos Atari e Odissey, onde ambos os joysticks tinham apenas
um botão. Passávamos horas jogando bola na rua, brincando de várias
brincadeiras como Esconde-Esconde, Mãe da Rua entre outras, sem grandes
preocupações. Em épocas de chuva passávamos horas jogando futebol de botão e
vários jogos de tabuleiro. Quem foi que já não arranjou uma discussão jogando
War ou Banco Imobiliário? Tinha também o Detetive, Jogo da Vida, Master, Scotland
Yard, Jogo da Veja (sim, a revista) Cara a Cara, Combate e por aí vai. Claro
que não podemos esquecer que comprávamos nossos brinquedos no Mappin ou na
Mesbla.
Meninos colecionavam figurinhas
de futebol entre outras, meninas colecionavam papel de carta e brincavam de
elástico, que os meninos sempre achavam ridículo, rs... nas festinhas de
aniversário sempre rolava um Beijo, Abraço ou Aperto de Mão. Nessas festas
tomávamos Coca-Cola, Gini, Crush,
Tubaína e muita Fanta Uva. Sempre tínhamos no bolso um Drops Dulcora, chiclete
Ploc, Ping-Pong (com figurinhas) e Adams Mini.
Comemos muito chocolate Lolo, Surpresa (colecionávamos os cartõezinhos
de animais), sensação e Kri.
Vai dizer que você nunca se engasgou com uma bala
Soft?
Sinto saudades deste tempo (sim,
sou saudosista moderado, rs...) onde conversávamos com um ou vários amigos
pessoalmente, e não precisávamos de um computador para isso. Eu achava legal
quando ia usar um orelhão e percebia que não haviam pego a ficha que havia sido
devolvida. Adorava guardar as tampinhas da Coca-Cola para trocar pelos vários
brindes legais (Ioiôs, mini garrafinhas...), e usei muito Kichute e Bamba
Cabeção até a sola ficar lisa.
Mas como o velho clichê de que
tudo que é bom dura pouco, os anos 80 passaram (vieram os chatos anos
90), o mundo mudou e passou a ser online através da internet e dos vídeo games
conectados a rede. Tudo bem que esse novo mundo tem seus atrativos, mas sem
dúvida não é mais um mundo onde as coisas demoram a acontecer, onde um ano
passava devagar e conseguíamos fazer um monte de coisas sem termos a louca
sensação de que não tínhamos tempo para nada, como hoje em dia.
Faltou falar de muita coisa
legal, se lembrarem de mais coisas que marcaram, falem aí no comentário.
Se você viveu os Anos 80 sabe bem
como eles foram legais.
Salve os Anos 80!
Quantas lembranças boas mesmo, nada destas historias de Igiyo, Naruto entre outros desenhos....sem falar em bandas nada igual de hoje: restart,Cine .....Sinceramente hoje em dia as coisas são feitas de forma muito superficial, para se possa alcançar o sucesso rapido eu que diga um tal "ai se te pego".....cantor de uma unica musica!
ResponderExcluirUm banda que esqueceu de mencionar foi Plebe Rude, um outro marco! Bom, parabéns, como sempre um excelente post!
Valeu Ronaldo. Concordo com você e realmente deixei passar uma das melhores bandas e fundadora do Rock Brasília, Plebe Rude. Bem lembrado. Abraços.
ResponderExcluirRei
ResponderExcluirExcelente postagem, afinal, o Baú resgatou o período da minha adolescência.
Valeu Givas, que bom que gostou. Abs.
ResponderExcluirANOS 80
ResponderExcluirNo meu pequeno mundo mágico de playmobil,
Ainda não se conheciam os sofrimentos do mundo:
Não se sabia, por exemplo, que a ditadura agonizava no Brasil,
Que existia uma cortina de ferro, um muro imundo,
E que a qualquer momento a Bomba poderia acabar com tudo...
Que importava?
A linguagem difícil dos telejornais não se entendia
E a cabeça de um menino decerto não comportava
Que os homens pudessem ser tão maus e viver em tamanha agonia...
O máximo que se temia
Eram os Gremlins, o Jason, o Freddy Krueger,
O monstro embaixo da cama, o pisar no formigueiro,
Os mortos-vivos de Stephen King, a Loira do Banheiro...
Longas tardes onde era tão fácil inventar o que fazer,
Onde era tão fácil ver beleza na vida,
Onde era uma aventura o próprio viver,
E se dormia um sono tão tranquilo ao fim do dia!
Ah, dormir ao som do piano de Cristopher Cross,
Dos sintetizadores de New Order, Duran Duran,
Da nova baladinha do Phil Collins
E o Menudo não parava na vitrola da minha irmã...
Minha vizinha sonhava com seu patinete, Fofolete, Moranguinho,
E meu mundo era guardado pelo Rambo, He-Man, Superamigos,
Que derrotavam todos os males do submundo mesquinho,
Vigiando atentos, da Sala de Justiça, todos os seus inimigos!
O mundo lá fora só se acessava pela Sessão da Tarde,
Onde viviam E.T., Indiana Jones, jedis e andróides de Blade Runner,
Talvez em algum lugar do passado,
Talvez de volta para o futuro,
Talvez curtindo a vida adoidado,
Talvez Caça-Fantasmas no escuro...
Antes disso, ríamos da pobreza na Vila do Chaves,
Do Chapolin – o herói burro e raquítico latino-americano,
Nos episódios da década anterior que o Sílvio Santos comprara
Do então nascente império televisivo mexicano.
Eu prometia constantemente a mim mesmo:
Um dia ainda ando para trás como o Michael Jackson,
E como o McGyver, de tudo um pouco entendo;
Um dia ainda entro num cano como o Super Mario
E chego do outro lado em forma de bits do meu Nintendo!
E eu continuava no meu castelo de cartas,
Erguendo paredes de dominó e assoalhos de Lego,
Chamando os Thundercats contra Mum-Rá (não nego),
Alheio às angústias do mundo e do Brasil,
Construindo meu pequeno mundo mágico de playmobil!
Carlos Vicente