Este post é dedicado aos fãs de
Martin, escritor da célebre saga As Crônicas de Gelo e Fogo, a qual você também
pode ver a série televisiva que está sendo produzida pela HBO com o nome de
Game of Thrones (o segundo post desse blog, leia aqui), e também do escritor
Bernard Cornwell, autor de As Crônicas de Arthur, As Crônicas Saxônicas
entre outros.
Esta entrevista foi feita e
publicada pelo próprio Martin em seu blog.
Enjoy it.
G. Martin: É muito antiga minha afirmação de que o romace histórico
e a fantasia épica são irmãos sob a pele, que os dois gêneros tem muito em
comum. Minha série deve muito ao trabalho de J.R.R Tolkien, Robert E. Howard,
Jack Vance, Fritz Leiber, e os outros grandes fantasistas que vieram antes de
mim, mas eu também tenho lido e apreciado o trabalho dos romancistas
históricos, como Thomas B. Costain, Mika Waltari, Alfred Duggan, Nigel Tranter,
e Maurice Druon. Quem foram suas próprias influências? Que escritores você cresceu
lendo? Ficção histórica foi sempre sua grande paixão? Você já leu fantasia?
B. Cornwell: Você está certo – romances de fantasia e históricos
são gêmeos – e eu nunca gostei do rótulo “fantasia”, que é muito generalista e
acaba fazendo alusão aos contos de fadas. Parece-me que você escreve romances
épicos em um mundo inventado que é fundamentado na realidade histórica (se as
histórias dos livros se passam no futuro, então “fantasia” torna-se magicamente
“Sci-fi”). Então eu fui influenciado por todos os três: fantasia, sci-fi e
romances históricos, embora a maior influência tenha sido dos livros de
Hornblower do C.S. Forester. Eu os li quando era adolescente, era consumido por
eles, fiquei sem material de leitura após o último da série e assim comecei a
ler as histórias de não-ficção do período napoleônico. Isso levou a uma
obsessão por Wellington e seu exército, o que levou diretamente para Sharpe.
Talvez se eu tivesse lido Tolkien antes de Forester, então eu teria tomado
aquele caminho (e ele me tenta!) mas todos nós escrevemos o que queremos ler e eu
sempre fui um ávido consumidor de romances históricos... e, é claro, de
histórias! Devorei todos os escritores clássicos de Sci-Fi: Asimov, Heinlein, e
etc. Eles me ensinaram como a história é importante, mas a grande dívida está
com C.S. Forester (outro mestre contador de histórias).
G. Martin: Fantasistas desfrutam de certas liberdades que os
romancistas históricos não. Eu posso surpreender meus leitores, matando reis e
outros personagens principais, mas o destino de reis e conquistadores do mundo
real está bem ali, nos textos da história, nós sabemos quem vive e quem morre
antes de terminarmos o romance aberto. Quando a batalha acontece no Abismo de
Helm ou nos Campos de Pelennor do Tolkien, ou sobre a Baía de Água Negra e no
Bosque dos Murmúrios, em minhas próprias fantasias, o resultado da luta é
desconhecido até o autor revelá-lo na página, mas o romancistas histórico é
obrigado a trilhar o caminho estabelecido pela história. Como você lida com o
desafio de fazer Waterloo ou Bull Run ou Agincourt algo surpreendente e
emocionante quando a maioria dos seus
leitores sabem de antemão o resultado?
B. Cornwell: Eu posso surpreender os meus leitores matando reis e
outros personagens principais. Oh sim, você pode fazer isso! Eu ainda não te
perdoei pela execução de Ned Stark, mas eu estou aprendendo a viver com ela. Eu
nunca penso que importa se o leitor conhece o desfecho da história antes de
chegar ao fim – todos nós, quando crianças, queríamos que as mesmas histórias
fossem contadas para nós mais e mais ainda mesmo que soubéssemos que o lobo não
conseguiria comer a pobre Chapeuzinho. Eu sempre penso em um romance histórico
como tendo duas histórias – a grande história e a pequena – e o escritor as
inverte. A grande história em Gone With the Wing é se o Sul pode sobreviver à
Guerra Civil e todos nós sabemos o que aconteceu, mas a pequena história é se
Scarlet pode salvar Tara, e essa pequena história é colocada em primeiro plano,
enquanto a grande história serve como plano de fundo. Suponho que o suspense esteja
nessas pequenas histórias – o Sharpe vai sobreviver à Badajoz? (bem, o leitor
sabe que ele vai, eu suponho!). E eu acho que os leitores conseguem encontrar
um fascínio no desenrolar de uma história. Grande parte do povo inglês conhece
a Batalha de Agincourt – está profundamente na consciência nacional – mas quase
ninguém sabe o que realmente aconteceu lá. A história rapidamente se transforma
em mito (o mito de Agincourt diz que as flechas ganharam o dia, o que
decididamente não aconteceu, embora Deus saiba que Henrique teria perdido sem
elas) e, talvez, um dos prazeres de
ler um romance histórico é
descobrir a verdade por trás do mito.
G. Martin: Ficção histórica não é história. Você está misturando
fatos reais e personagens históricos reais com personagens de sua própria
criação, como Uhtred e Richard Sharpe. Quanta “licença poética” deve ter um
romancista quando lida com os acontecimentos da história? O quão preciso ele
precisa ser? De onde você traça essa linha?
B. Cornwell: Não posso mudar a história, mas posso jogar com ela. A
resposta depende um pouco do que estou escrevendo. Eu fiz uma trilogia sobre o
“Rei” Arthur e não há quase nenhuma história real na qual possamos contar,
então eu pude fazer mais ou menos o que eu queria. Quanto aos livros saxônicos
eu tive um esqueleto para a história graças à Crônica Anglo-Saxônica e algumas
outras fontes, mas não há muita carne sobre os ossos, por isso tenho muita
liberdade. Mas se eu estou escrevendo sobre a Revolução Americana, então eu não
tenho quase nenhuma liberdade, porque eu estou invadindo o terreno elevado da
lenda americana e devo contar a história real se o livro vai persuadir o leitor
a respeito da veracidade da história – por isso, em Redcoat, eu mudei apenas um evento, trazendo-o para a frente apenas
24 horas. Então eu confessei os meu pecados em uma nota histórica no final do
livro. Ocasionalmente eu fiz mudanças drásticas; Sharpe´s Company conta a história do terrível ataque de Badajoz e,
em resumo, de uma simulação de ataque que pretendia apenas chamar os defensores
franceses para longe das brechas, capturando a cidade, enquanto o ataque
principal sobre essa brecha falhou desastrosamente. Pareceu-me que o drama
daquela noite aconteceu nessa brecha, assim Sharpe tinha de atacá-la, e se Richard
Sharpe ataca, ele ganha (ele é um herói). Assim, no romance, eu permiti que os
atacantes chegassem através da brecha (o que não aconteceu), pois caso
contrário, a história não iria funcionar. Mas, novamente, eu confessei o pecado
no final do livro.
G. Martin: Eu escrevi tanto ficção científica quanto eu tenho
escrito fantasia ao longo dos anos. Um subgênero cada vez mais popular é a
ficção científica é o romance do mundo alternativo – às vezes chamado de
“contrafactuais” pelos historiadores, ou de histórias “e se?” pelos fãs. Por
falta de um prego, o reino foi perdido... mas e se o prego não foi perdido? E
se Napoleão ganhou Waterloo? E se o Sul venceu a Guerra Civil? E se o Império
Romano nunca caiu? O que você acha de tais histórias? Você já esteve tentado a
escrever uma você mesmo?
B. Cornwell: Nunca! Talvez seja só eu, mas a história alternativa
não tem recurso. Lembro-me de um filme louco em que eu F-16 da Força Aérea
Americana de repente apareceu sobre Pearl Harbor. Certo. Começamos por concordar
que romances de “fantasia” e romances históricos são gêmeos e parece-me que a
mistura dos dois é incestuosa e, ao contrário de Jaime e Cersei Lannister, eu
não sou fã desses incestos.
G. Martin: Falando em batalhas... Eu acredito que você faz as cenas
de batalha melhor do que qualquer outro escritor que eu já li, passado ou
presente. E de onde eu estou sentado, as batalhas são difíceis. Eu escrevi a
minha parte. Às vezes eu emprego o ponto de vista privado, muito de perto e
pessoal, deixando o leitor no meio da carnificina. Isso é vivido e visceral,
mas de necessidade caótica, e é fácil perder todo o senso de batalha como um
todo. Às vezes eu vou com o ponto de vista geral, em vez disso, olhando para o
baixo do alto, vendo linhas e flancos e reservas. Isso dá uma grande sensação
de táticas, de como a batalha é ganha ou perdida, mas pode facilmente
escorregar para a abstração. Mas você parecer ser capas de fazer as duas
coisas, simultaneamente. As setas de Agincourt, Uhtred grunhindo e empurrando
uma parede de escudos Saxões, Sharpe levando uma esperança vã... você nos dá
todos os sons, cheiros e sangue, e ainda assim as táticas de batalha permanece
sempre compreensíveis. Como você faz isso? Quais são os blocos de construção de
uma cena grande de batalha? De todas as batalhas que você escreveu, você tem
uma favorita?
B. Cornwell: Eu tenho uma enorme vantagem sobre você, a de que
minhas batalhas foram travadas e os sobreviventes deixaram relatos, e alguns
tem sido exaustivamente descritos pelos historiadores militares, então, é me
dado um quadro que você tem que inventar. Eu também odeio ler uma história
militar e ficar confuso, normalmente por algarismos romanos (“Corpo XV mudou-se
para oeste enquanto a Brigada XIV foi reimplantada em direção ao sul” e assim
por diante), o que significa que você está tendo que constantemente ser
direcionado a um mapa, ou mapas, e tentar lembrar qual é o Corpo XV... Assim,
eu tento dar um quadro ao leitor antes da batalha começar – onde eles estão
lutando? Quais são os marcos mais salientes? Quais unidades são importantes? Eu
não quero que o leitor pare para consultar um mapa... Embora eu tenha certeza
que falhei nisso. Feito isso vou tentar mudar o ponto de vista, assim como você
faz, entre um close-up desagradável e uma visão geral mais distantes dos
combates. The Face of Battle, do John
Keegan, é um livro maravilhoso para ler e descobrir como os homens experimentam
uma batalha, e isso foi uma grande influência. Eu inventei batalhas a partir do
zero – e aquela que eu estou mais orgulhoso é a do Monte Badon nos livros de
Arthur. A batalha aconteceu, mas não sabemos nada do que aconteceu (ou até
mesmo onde aconteceu), então eu usei as táticas de Wellington da batalha de
Salamanca em Sharpe´s Sword.
G. Martin: Um tema familiar em uma série de fantasia épica é o
conflito entre o bem e o mal. Os vilões são frequentemente dark lords com
capangas demoníacos e hordas de subordinados destorcidos, deformados e vestidos
de preto. Os heróis são nobres, valentes, castos e muito formosos à vista. Sim,
Tolkien fez algo grandioso e glorioso a partir disso, mas nas mãos de
escritores menores, bem... vamos apenas dizer que esse tipo de fantasia se
tornou desinteressante para mim. São os personagens cinzentos que mais me
interessam. Esses são os tipos que me interessam escrever a respeito... e ler
sobre. Parece-me que você compartilha essa afinidade. Seus protagonistas tem
momentos de heroísmo, mas eles tem falhas também. Por mais que eu goste de ler
sobre Uhtred, há mais do que uma pequena escuridão nele, e Richard Sharpe não é
um homem que você queira atravessar. E você chegou ao ponto de fazer o
protagonista de seu romance sobre Guerra Civil americana um copperhead, um
nortista combatendo pelo sul... Não é um grupo que gera muita simpatia. Seus
vilões são tão humanos, não há um monstro de papelão entre eles. E você é
geralmente menos do que reverente quando retrata alguns dos heróis da história
britânica e americana. Paul Revere e Alfred, o Grande me vêm à mente. O que
existe nos personagens imperfeitos que os torna mais interessantes do que
heróis convencionais?
B. Cornwell: Talvez todos os nossos heróis são reflexos de nós
mesmos? Eu não estou dizendo ser Richard Sharpe (Deus nos livre), mas tenho
certeza que parte da minha personalidade vazou para ele (ele é muito
mal-humorado no período da manhã). Certa vez, escrevi uma série de prefácios
para os livros Hornblower e tive de lidar com a questão perene em qual
Hornblower foi baseado? Alguns disseram Cochrane, outros sugeriram Edward
Pellew (ambos foram notáveis capitães de fragatas nas guerras napoleônicas),
mas era óbvio que Hornblower era a pessoa que Forester quis ser. Hornblower foi
Forester, sem alguns dos traços menos atraentes de do Forester. A maioria dos
meus heróis são pessoas de fora... talvez porque eu me senti assim quando
crescia (longa história, não vamos contá-la aqui), e é por isso que meus
personagens favoritos seus são Arya e Jon Snow. E, talvez, personagens falhos
são mais interessantes porque são forçados a fazer uma escolha... Um personagem
convencionalmente bom tem vontade sempre de fazer a coisa certa; direita.
Chato. Sharpe, muitas vezes fez a coisa certa, mas geralmente pelas razões
erradas, e isso é muito mais interessante.
G. Martin: Quando Tolkien começou a escrever O Senhor dos Anéis, foi concebido como uma continuação para O Hobbit. “A história cresceu enquanto
era contada”, disse ele mais tarde, quando O Senhor dos Anéis tinha crescido e
se tornado a trilogia que conhecemos hoje. Essa é uma frase que eu muitas vezes
tive ocasião de citar ao longo dos anos, como a minha própria As Crônicas de Gelo e Fogo, que cresceu
de três livros que eu tinha originalmente vendido para os sete livros (cinco
publicados, dois a mais para escrever) que agora estou produzindo. Muito do seu
trabalho também tomou a forma de série. Os seus contos também “crescem enquanto
são contados”, ou você sabe quanto tempo vai levar suas viagens antes de se
preparar? Quando você escreveu o primeiro do Sharpe, você podia imaginar quanto
tempo e quão longe você iria marcar com ele e Harper? Você sabia quantos livros
de histórias Uhtred exigiria quando você se sentou para escrever sobre ele?
B. Cornwell: Não faço ideia. Eu nem sei o que vai acontecer no
próximo capítulo, muito mais no próximo livro, e não tenho ideia de quantos
livros poderia haver em uma série. E.L. Doctorow diz algo que eu gosto que é
que escrever um romance é um pouco como dirigir por uma estrada de um país
desconhecido durante a noite e você só pode ver o mais longe que seus faróis um
pouco fraco lhe mostram. Escrevo na escuridão. Eu acho que a alegria de ler um
livro é descobrir o que acontece, e para mim essa é a alegria de escrever um
também.
G. Martin: Eu conheci milhares dos meus leitores face a face, não
só em turnês do livro, mas em convenções de fantasia sci-fi, onde tende a
existir muito mais interação entre os escritores e leitores do que é habitual
em outros gêneros. Eu costumava responder a todas as minhas cartas de fãs, nos
dias em que os leitores ainda enviavam cartas aos cuidados de meus editores (foi
fácil, não havia muito). O e-mail tem aumentado a quantidade de cartas que
recebo milhares de vezes, muito além da minha capacidade de mantê-las, mas eu
ainda tento ler todos os e-mails que recebo, mesmo quando eu não posso
respondê-los. Eu não tenho Facebook ou Twitter, mas eu tenho um blog (no Live
Journal), e meu endereço de e-mail pode ser encontrado com bastante facilidade.
Mas existem perigos de ser tão acessível, como eu descobri nos últimos anos. A
grande maioria dos meus fãs são pessoas incríveis, perspicazes, inteligentes,
solidárias... mas há uma pequena mas vocal minoria que pode ser irritante. Como
você tem se relacionado com seus leitores ao longo dos anos? Você acha que um
leitor não deve nada a seus leitores, além do trabalho em si? Os fãs enviam-lhe
sugestões como eles querem que a série acabe? Enviam-lhes obra de arte,
presentes? Nomeiam filhos e animais de estimação com o nome de seus
personagens? Escreve “fanfictions” usando seus personagens? Você alguma vez se
viu influenciado pelas reações de seus leitores para com um livro, ou um
personagem?
B. Cornwell: Eu encontrei meus fãs para ser fantástico. Há um
punhado minúsculo que quer ser excessivamente crítico sobre alguns detalhes (e
sim, é claro que existem erros) e uma vez, no meu site, eu implorei para que um
leitor encontrasse um outro autor para ler. Mas a grande maioria é divertida de
se conhecer e é de importância vital ouvi-los. Eu fiz uma excursão do livro uma
vez e três pessoas separadamente me disseram que hora de Sharpe ter alguma
mulher de alta classe. Eu não tinha percebido que ele vinha convivendo com
mercadoria bruta durante tantos livros, então eu respondi a eles dando-lhes
Lady Grace em Sharpe´s Trafalgar, e ela continua sendo minha heroína favorita.
Ela nunca teria existido sem os fãs.
G. Martin: Ambos tivemos o privilégio de ver nossos personagens
trazidos à vida na televisão. Sean Bean foi Richard Sharpe muito antes de ter
sido Ned Stark (e verdade seja dita, ele foi um Ned Stark em grande medida,
porque David Benioff, Dan Weiss, tínhamos visto o quão magistralmente ele
interpretou Sharpe). Como você se sentiu sobre a série da BBC? Até que ponto
você se envolveu com ela? Será quem algum dia vamos ver algum de seus outros
personagens na tela? Se assim for, você mesmo gostaria de escrever os roteiros?
O que você acha que faz uma boa adaptação? E será que vamos ver Sean Bean como
Sharpe novamente?
Sean Bean como Ned Stark
B. Cornwell: Eu achei que o Sharpe da série foi ótimo mesmo. É claro
que eles mudaram os livros, mas eles não tinham escolha. Você e eu podemos
escrever uma cena com 100 mil e isso não nos custa nada, mas todo o extra é um
dreno em um orçamento de TV, mas eles lidaram muito bem com essa restrição e
Sean, é claro, foi um Sharpe maravilhoso e um Ned Stark (que deveria ter
vivido, maldito). Até onde eu sei não há planos para uma nova série. Há uma
conversa de fazer Agincourt em um filme (eu não estou prendendo a respiração) e
uma série de TV sobre Uhtred (o que seria bom, mas novamente, eu ainda estou
respirando). Eu não quero nenhum envolvimento com qualquer produção, fora o de
ser um líder de torcida. Eu trabalhei em televisão por 11 anos e aprendi o
suficiente para saber que eu não sei nada sobre produção de drama de TV, por
isso eu estou feliz em deixá-lo para os especialistas. E eu duvido que poderia
escrever um script – Eu nunca tentei e preferiria escrever um romance.
G. Martin: Última pergunta. O que Bernard Cornwell nos reserva?
Você já fez as Guerras Napoleônicas, a Guerra Civil Americana, a Guerra dos Cem
Anos, Rei Arthur, os saxões e os dinamarqueses. Você vai voltar a qualquer uma
dessas eras, revisitar algum de seus personagens das grandes séries? Ou existem
outras épocas da história que você pretende contar?
B. Cornwell: Há um período que eu estou desesperado para escrever
sobre (perdoe-me se eu não digo qual porque eu não quero outra pessoa
escrevendo sobre ele em primeiro lugar). Mas o próximo é um outro romance sobre
Thomas de Hookton na Guerra dos Cem Anos, então de volta a Uhtred e os saxões.