Para os amantes da sétima arte, não
há nada mais prazeroso que entrar em uma sala de cinema sem grandes
expectativas e após duas horas sair dela completamente maravilhado. Essa foi
minha reação há poucas semanas quando finalmente assisti Intocáveis.
Na verdade, digo finalmente,
porque eu não fui assistir sem nenhuma expectativa. Eu já havia ouvido a edição
do Rapaduracast Plus 54 onde comentam o lançamento do filme no circuito
nacional e recebido a recomendação de dois colegas. De qualquer maneira, fui
surpreendido pois estava esperando um drama e na verdade o filme é uma
excelente comédia, ainda que baseado em uma situação dramática, ela é abordada
sem sentimentalismo.
O filme baseia-se em fatos reais
vividos pelo bilionário aristocrata francês Philippe Pozzo di Borgo e seu
cuidador Abdel Yasmin Sellou. No filme, Philippe é retratado pelo excelente
ator François Cluzet e Abdel fica a cargo do carismático ator Omar Sy. Após sofrer um grave acidente, o aristocrata
fica paraplégico e resolve contratar um novo cuidador, e para isso, passa a
recrutar candidatos ao cargo. Driss (Omar Sy) um ex-presidiário em liberdade
condicional candidata-se a vaga sem nenhuma pretensão de obtê-la, pois seu
único objetivo é realizar a entrevista, para somar as 3 entrevistas sem sucesso
e continuar a receber o seguro desemprego francês.
Durante a entrevista, Driss
comporta-se de forma totalmente despretensiosa e sem nenhuma preocupação com as
boas maneiras necessárias para a ocasião, o que acaba chamando a atenção de
Philippe, que resolve convencê-lo a aceitar o cargo. Começa então uma relação
de companheirismo e amizade desprovida de piedade, tanto por parte de Driss,
que tem sua cota de problemas familiares, quanto de Philippe.
A química entre esses dois atores
é fantástica e fazem certamente o sucesso desse ótimo roteiro. O filme é
dirigido pela dupla de diretores e roteiristas Olivier Nakache e Eric Toledano,
e tournou-se a maior bilheteria francesa de todos os tempos, superando os antecessores
O Artista e O Fabuloso destino de Amélie Poulain.
Hollywood que tanto apreciamos que
me desculpe, mas não há nada como um belo roteiro francês, ainda que seja um
filme comercial. Como faz o pessoal do podcast MRG (Matando Robôs Gigantes),
minha nota de 0 a 5 robôs gigantes para Intocáveis é um raro e valoroso 5 robôs
gigantes.
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